Sobre o filme A Senhora da Van
“- A senhora escolheu viver assim.”
“- Eu não escolhi, eu fui escolhida.”
Precisei de um tempo pra me recuperar, refletir e falar desse filme.
Uma história delicada, baseada em fatos reais, sobre a relação entre a Senhora Shepper e o dramaturgo inglês Alan Bennett.
Shepper, uma senhora de idade, com um temperamento difícil, mora dentro de uma van, onde ela estaciona numa rua do bairro de Camdem Town – Londres. Logo de cara se vê a caridade hipócrita da vizinhança em relação a essa senhora, para causar boa impressão ou por uma obrigação moral, mas ninguém a suporta. Até que ela não pode mais estacionar naquela rua e Bennett a deixa estacionar em sua garagem, onde ela acaba vivendo por anos.
O filme mescla a comédia com o drama. A senhora Shepper é a típica filha do abandono, da rejeição. Durante sua vida ela sofreu uma série de opressões, de privações, de maldades e o abandono familiar, social, religioso, etc. Assim como boa parte daqueles moradores de rua que nós vemos quase que diariamente.
Os personagens de Bennett e Shepper têm características delicadamente bem acentuadas. Bennett um dramaturgo solitário, monótono e cheio de conflitos consigo mesmo. Shepper uma mulher religiosa, desbocada e que sente um doloroso sentimento de culpa, que Bennett percebe ao vê-la orar fervorosamente.
O filme com toda sua critica, é bem leve e vale muito a pena ser assistido. O passado conturbado da senhora da van, vai sendo revelado aos poucos. A história emociona e nos faz indagar: aquele mendigo que eu vi na rua. Pelo que será que ele já passou? Ele tem sonhos? Ele tem algum dom ou talento no qual ele foi impedido apreciar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário